Dicas para produção do meu primeiro filme
8 de junho 2022-06-07 15:26Dicas para produção do meu primeiro filme
Descrição: Esta brincadeira audiovisual serve como uma guia prático para filmar com crianças, seguindo algumas dicas que irão te ensinar a planejar uma filmagem da pré-produção à pós-produção. Afinal, filmar com crianças acaba virando uma grande brincadeira de fazer filme.
Habilidades trabalhadas: Linguagem Audiovisual; Trabalho em equipe; Produção de Filmes.
Recursos necessário: Equipamentos básicos para filmagem como celular, câmera, computador, claquete, tripé e outros.
Dica 1: Vá de encontro à luz
Quanto mais luz, maior será a definição e qualidade da imagem captada. Isso significa, basicamente, que é importante escolher um enquadramento que valorize o máximo possível a absorção de luz pela lente da câmera. Dias ensolarados, ambientes internos com o máximo de luz artificial e externa possível, etc. É sempre bom, também, evitar o famoso “contraluz”, que é basicamente o posicionamento da câmera em conflito com a direção do sol. Quando queremos filmar de frente um personagem ou objeto que se encontra na direção exata dos raios de sol, geralmente acontece o contraluz, pois automaticamente, a câmera regula a exposição, escurecendo toda a captação e deixando o personagem filmado nas sombras. Em alguns casos, porém, o contraluz pode ser utilizado como recurso estilístico, e pode render quadros belíssimos.
Dica 2: Cuidado com os movimentos de câmera
Geralmente, os dispositivos móveis permitem uma liberdade de movimentação muito atrativa, o que nos impele a sair gravando com a câmera na mão. No entanto, vários dos celulares e câmeras fotográficas disponíveis hoje no mercado não possuem ainda estabilizadores devidamente eficientes e, em muitos casos, a gravação pode ficar muito instável e tremida. Como a câmera na mão é um recurso de extrema potencialidade artística, sobretudo em documentários, é óbvio que não recomendamos abandoná-lo, mas é bom prestar atenção numa fixação eficiente da câmera nas mãos, ou até mesmo construir suportes alternativos para minimizar as “tremidas”. Hoje em dia existem tripés e suportes de mão para câmeras móveis, mas a criatividade pode sugerir soluções esteticamente únicas.
Dica 3: “Ouça” melhor o seu vídeo
Audiovisual é, como todos sabem, 50% imagem, 50% som. A divisão é realmente, meio a meio, se levarmos em consideração os aspectos expressivos dos diálogos, depoimentos, sons ambientes e trilhas. É comum também, por não sabermos onde o microfone fica, o abafarmos com as mãos, às vezes prejudicando irremediavelmente as gravações. Identifique onde fica o microfone do seu celular/câmera digital e tome cuidado para não segurar o aparelho bem onde fica o microfone.
Outra dica interessante é, se possível, desvincular a gravação da imagem da do som, utilizando dois dispositivos móveis diferentes para cada finalidade. Enquanto uma câmera grava a imagem, utilizando o enquadramento ideal esteticamente, outra câmera capta o som, direcionando o microfone do aparelho para o depoente, ou ator, no caso de uma ficção. Lembre de logo após gravar o som, escutar em um fone de ouvido para ver se não há ruídos na captação.
Dica 4: Se nada disso der certo, use sua criatividade
Todas as dicas acima foram por água abaixo quando você decidiu gravar seu primeiro documentário autoral com uma câmera de celular. Certamente a sua agenda não contribui, ou então, faltou um pouquinho de sorte, afinal, você escolheu o dia errado e tudo saiu exatamente conforme o não-planejado: estava muito nublado, aquele depoimento super importante que você precisava captar teve que ser gravado no hall da rodoviária em pleno horário de pico, sua mão tremeu muito e, ainda por cima, você derrubou o celular na hora de guarda-lo no bolso e ameaçou perder todo o material, porque o “bichinho” insistiu em não querer carregar quando você chegou em casa, ansioso para descarregar as imagens no computador. Acostume-se! Toda gravação independente, ainda mais utilizando instrumentos não profissionais, é sempre muito atribulada, incerta e cheia de surpresas, boas ou ruins. É possível perder inteiramente um material bruto por causa de um “bug” qualquer no seu computador, assim como é fácil sair para uma gravação sem nenhum tipo de planejamento e voltar cheio de imagens épicas, captadas na hora certa e da melhor forma possível. Essa imprevisibilidade é, por incrível que pareça, uma das coisas mais ricas e estimulantes da produção audiovisual independente. Quando aprendemos a fazer “na raça”, com poucos recursos e baseado quase que exclusivamente em uma boa ideia, a probabilidade de fazermos um trabalho interessante é imensa. Com muito esforço e experiência, aprendemos a contornar os obstáculos e transformar muitas das restrições em soluções criativas.
E aí você pergunta: “Ok, deu tudo errado … e agora?”. Como dizemos acima, criatividade e jogo de cintura são a grande saída para contornar os imprevistos, e certas soluções realmente só surgem após algumas experiências. É preciso ter em mente, no entanto, que às vezes os erros e “acidentes” das gravações podem ser tão grosseiros que se torna impossível “salvar” o conteúdo. Outras vezes, é possível, com um pouquinho de esforço e conhecimento técnico, reverter algumas situações no momento da edição. É importante dizer que, ao desbravar os softwares de edição, descobrem-se efeitos, filtros e pequenos “truques” que podem minimizar os “danos” de uma gravação insatisfatória. Além disso, é sempre bom recorrer a recursos estéticos básicos, como a inserção de trilhas para mascarar sons ambientes muito ruidosos, efeitos de aceleração da imagem, ou de câmera lenta, etc. O mais importante desta “lição”, no entanto, é estarmos sempre abertos para a experimentação e para o erro, mesmo quando seguimos à risca as dicas apresentadas.
Dica 5: Edição básica
A edição de um filme ou programa de vídeo é o ponto principal sobre o qual trabalha softwares como por exemplo o Adobe Premiere (profissional), Kadenlive (software livre) e Windows Movie Maker (que não maioria das vezes já vem instalado em computadores com Windows). Estes programas nos facilitam o recorte de arquivos de vídeo (clips). Logo se pode ajuntar o trabalho final, já polido, para sua reprodução numa ampla quantidade de meios.
Transições: Além de que o corte seja a forma mais comum e simples de combinar os clips de vídeo, temos inúmeras opções para modificar a mudança de um a outro. Estas transições podem proporcionar texturas, matizes e efeitos especiais.
Áudio: Consideramos uso de trilhas sonoras de sua autoria, livres ou adquiridas comercialmente e também o tratamento do som na edição o volume do som, efeitos de som e inclusive os silêncios usados de maneira incidental, elementos que colocados de maneira correta aumenta o impacto ou a tensão do filme. Na edição não linear, contamos com numerosas facilidades para a incorporação de áudio adicional.
Criação de títulos: É importante dar-lhe uma consideração adequada ao uso de títulos. Os textos usados nos títulos de apresentação e seus movimentos e/ou localização dentro da tela, precisam guardar certa relação com o tema do filme; assim não é recomendável a utilização de movimentos decorativos ou letras muito coloridas no caso de um filme dramático, para situar um exemplo. No editor de vídeo não linear podemos criar textos e gráficos que podemos importar e sobrepor em clipes já existentes. Os títulos são importantes também para a criação das vinhetas de abertura e fechamento do vídeo. Aplicação de efeitos e filtros de áudio e vídeo: Temos a nossa disposição uma ampla variedade de filtros de áudio e vídeo que podemos usar para resolver problemas ou dar um matiz diferente potencializando nosso filme.
Difusão: Momento que irá pensar as estratégias para veiculação do seu vídeo nas redes sociais da internet e/ou a melhor forma desse vídeo chegar no público-alvo que vocês gostariam de atingir com a ideia como sua comunidade, bairro ou escola.
Celebração: Momento de compartilhar as experiências geradas na oficina e organizar uma sessão pública do vídeo produzido durante a oficina.